As estonteantes aberturas de Guerreiras Mágicas de Rayearth

Quando começou a ser exibido no Brasil, Guerreiras Mágicas de Rayearth fez um bom sucesso entre o público de todos os gêneros, a molecada não sabia que no Japão esta série é considerada Shojo, ou seja, histórias direcionadas para o público feminino, e todos curtiam igualmente a história das três meninas que foram parar em outro mundo para salvá-lo da destruição.

E dá até pra dizer que no Brasil o público deste desenho era maior entre os garotos do que entre as garotas, e foram dois fatores que colaboraram pra isso: O primeiro é que este anime tem vários elementos tipo dos jogos de RPGs que já rolavam nos videogames, as meninas lutavam contra monstros, precisavam conseguir armas mais poderosas para concluir sua missão e essas armas até “subiam de nível”.

O segundo fator foi a história surpreendente. No começo, Rayearth é todo cheio de clichês, e meio bobinho, mas conforme os episódios vão se passando, a história começa a ficar mais tensa, sombria e profunda, e a primeira temporada ainda acaba de maneira surpreendente, daquelas de fazer a cara de todo mundo cair no chão!

Guerreiras Mágicas de Rayearth foi exibida na sessão de desenhos dos sábados de manhã do SBT, entre outros animes como Dragon Ball, Fly e Street Fighter II Victory, e mudou de horário e dia várias vezes.

Essa versão brasileira veio com uma música de abertura própria, completamente diferente da original japonesa. Apesar de muitos otakus xaropes xingarem esta versão, ela na verdade é muito boa, e não destoava em nada da proposta da série. O triste mesmo era ficar com ela na cabeça, e começar a cantar distraidamente no meio dos outros “Nós somos as Guerreiras Mágicas! Mááágicas!”. É, isso queima o filme.

Fora a músic, percebi duas diferenças: A primeira foi a apresentação do Título da Série, que trocaram a animação japonesa por uma gambiarra entre o título em inglês e uma cena com peixes voando. A outra foi que tiraram a cena em que as meninas mudam magicamente de roupa, mostrando suas silhuetas nuas, por uma cena delas conjurando magia.

A música brasileira ficou muito boa e marcante, mas é realmente difícil dizer que ela é melhor do que a que foi usada no Japão. Yuzurenai Negai de Naomi Tamura também caiu super bem na série, mesmo com a voz estridente da cantora.

Eu ouvi tanto essa música uns tempos atrás que hoje eu estou bem enjoado dela, mas juro que quando conheci achei muito legal.

Na segunda temporada de Guerreiras Mágicas de Rayearth a temática mudou completamente. A série já não era mais tão colorida e alegrinha, agora havia um tom melancólico e tenso, fora que grandes dilemas e menções ao homossexualismo começaram a aparecer. Tudo isso se tornaram marcas registradas do Clamp, o grupo de escritoras de mangá que criaram Rayearth e várias outras histórias de sucesso, como Cardcaptor Sakura e X.

A abertura também mudou, e ela é a mais fraquinha de toda a série. Mas apesar da animação dela não ser grande coisa, a música Kirai ni Narenai de Ayumi Nakamura é bem bonitinha, e faz essa abertura valer a pena.

Felizmente mais pro final da temporada, entre os episódios 23 e 29, resolveram trocar a abertura, e chamaram Naomi Tamura para fazer a nova música. Hikari to Kage wo Dakishimeta Mama conseguiu capturar toda a essência do final de Rayearth, além das cenas serem sublimes. Poucas aberturas conseguiram combinar tão perfeitamente todos os elementos deste tipo de produção e por isso, pra mim, esta é a melhor abertura de anime de todos os tempos!

Naomi Tamura

Naomi Tamura já tem uma longa carreira no Japão, e apesar de não ser muito popular nem no seu país, conquistou vários admiradores entre os fãs de anime, não só por conta das duas aberturas de Rayearth que ela fez, mas também pela abertura de outra série, o Get Backers.

Eu acabei gamando no estilo dela e vi que ela tem muitas músicas bacanas também, mesmo fora da linha “trilha sonora para animes”

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Sobre as Guerreiras Mágicas, este ainda é um dos meus animes preferidos, já assisti ele completo duas vezes, e ainda tinha o cd com a trilha sonora em português, a box com a primeira temporada incompleta (¬¬) e vários cds da Naomi Tamura, que ganhei do meu amorzinho e guardo ainda hoje com todo o carinho.

Por sinal, escrever esta postagem me bateu tanta saudade desta série que já vou colocar na fila para assistir de novo.